segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A cárie de Pelé

Esse texto é um pouco grande, mas vale a pena, resume com coerência todo o assunto da unificação dos titulos Brasileiros

Por Gustavo Poli

Foi um sonho ou algo parecido. Divagava eu entre a vigília e o sono, esse estágio pós-perdigoto – quando a imagem surgiu – impactante… e com trilha sonora. Parecia uma propaganda de cerveja mas… de repente… quem era aquele cara de terno verde, sem camisa, de sunga, óculos escuros… dançando marotamente… era o Ricardo Teixeira? Tive aquela sensação estranha, aquele esfregar de olhos moral, incrédulo… o que era isso? O Ricardo Teixeira de blazer, sandália brega e sunga dançando sem camisa, peito Tony Ramos, abraçado ao Beto Barbosa, cantando:

- Unifica, meu amor, unifica… unifica, meu amor…

Acordei sobressaltado – com a imagem grudada na retina, a abjeta canção ecoando nos tímpanos.

- Unifica, meu amor, unifica…

O pior (atenção – alerta de extrema decepção) é que eu… gosto… de Beto Barbosa (que por sinal se chama Raimundo Roberto e nasceu no Pará). Quer dizer – gosto dessa específica e lastimável música (espero que o Dapieve um dia me perdoe). “Adocica” é um daqueles hits pseudo-baianos que grudam mais do que chato em festa de ano novo. Mas a canção do blazer-verde-com-peito-tony-ramos estava ali me assombrando, com aquele mash-up surreal, por um solerte motivo. A semana passou e não se falou outra coisa senão de unificação. Foi unificação no café, no almoço, no lanche, na janta, na ceia e no assalto fortuito à geladeira. Eu já estava me sentindo unificado com a palavra unificação. Só me livrei da maldição do Beto Barbosa quando, num salto quântico-brego-baiano, imaginei os presidentes de Santos, Palmeiras, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro naquela coreografia de balança-quadril, requebrando ao som do Parangolé com seus troféus em miniatura:

– Joga taça pro alto que eu quero pegar! É o unification tion tion, unification tion tion…

Em minha adolescência nerd, “Unificação” foi um episódio de duas partes de Jornada nas Estrelas, Nova Geração, com a participação especial do Sr. Spock (Leonard Nimoy) aos 357 anos de vida. No episódio, Spock viajava secretamente para promover a paz (a “unificação”) entre vulcanos e romulanos – povos de mesma origem separados por um ódio milenar.

De tanto ler sobre unification tion tion, minha imaginação viajante começou a produzir cenários bizarros. Patrícia Amorim e Ricardo Teixeira como líderes dos romulanos tentando pulverizar o vulcano Beto Barbosa enquanto Havelange Picard entrava no meio com aquela mão com dois dedos pra cada lado dizendo “Live Long and prosper, como diria o Zé Alencar”.

Ou Havelange e Zé Alencar ao lado de Spock ironizando nosso querido @realmorte do twitter enquanto Teixeira e Amorim discutiam sobre 1987 fantasiados de klingons gritandoKaplah! Bom, eu sei, mas é minha imaginação – não tenho controle sobre ela. Agora que o nerdômetro exaltado trepida…. talvez seja prudente voltar ao futebol (antes que meu editor me demita).

Pois bem… “Unifica-adocica” e “Unification tion tion” ainda me assombravam quando busquei meu exemplar de O Globo no sopé da porta – e fui abatido por uma fotografia. Lá estava ele, o Édson, com seis medalhas no peito. Ele, Édson, com aquele sorriso de transformar Capitão Nascimento em Luís Roberto (convenhamos aqui: ninguém é mais legal que o Luís Roberto). O pessoal pode criticar a CBF, pode descer o pau no Rodrigo Paiva – mas temos que admitir: o cara é bom. A foto do Rei rindo com as medalhas é capaz de desarmar qualquer espírito. Porque, queiramos ou não, todos gostamos do Pelé. O Pelé é uma espécie de Lula sem prazo de validade - ele pode errar, falar besteira, dar bandeirada errada, esconder mensalão e tal, mas e daí? A gente gosta dele e ponto.

E gostamos mais ainda do sorriso do Pelé. Aquela dentição de almanaque parece ter uns 50 anos a menos do que o Rei. Se eu fosse dono de uma empresa de pasta de dentes, eu contratava o Pelé por mil anos – até porque tenho a tese de que o Pelé até envelhece, mas o sorriso não. Quando, para horror das redações do mundo inteiro, o Rei passar desta para aquela, o sorriso vai continuar, como o do gato de Alice, pairando no vácuo, tão imortal quanto o mito.

Então, e de repente, esse sorriso pareceu exibir uma cárie. A mamona que desceu sobre a unificação foi tão uníssona que avariou até o sorriso real. Em colunas, blogs, no facebook e no twitter… foi pau puro. A unificação apanhou mais do que sparring bêbado em ringue de UFC. Foi pau, foi pedra, foi chute na região do tornozelo central (como dizia um narrador dos anos 80), foi de mão, foi de cotovelo… foi Apolo Creed descendo o cipó em Rocky Balboa ao lado de Ivan Drago. E ainda assim, como Rocky gritando “urhrgnhuuum” (a frase padrão de Sylvester Stalonne no cinema), ela resistia com escoriações, olho roxo, mas resistia.

O argumento central de quem batia: não devemos comparar banana com laranja. Quase todos os críticos fizeram a ressalva de que o Torneio Roberto Gomes Pedroza (67 a 70) merecia ser realmente “unificado”. Mas a Taça Brasil não. Como seria possível chamar de “titulo brasileiro” um campeonato disputado em forma de torneio eliminatório? Não temos a Copa do Brasil – porque elevar um torneio parecido a um patamar nacional?

O arauto da unificação – o jornalista e ouvidor do Santos Odir Cunha – autor do dossiê usado pelos clubes para pedir o ajuste historico à CBF - rebateu todas as pancadas como uma espécie de Rafael Nadal argumentativo. De direita, de esquerda, de voleio – sempre com educação. Lendo o que Odir escreveu – e tentando me despir de prenconceitos antes de assumir a unificação como uma bravata universal – tive duas dúvidas – ou curiosidades. A primeira: saber quantos times disputavam realmente cada Taça Brasil. Essa foi rápida – nunca foram menos que 16 campeões estaduais.

A segunda dúvida foi se já tinha acontecido algo parecido lá fora. Será que alguém já tinha pedido reconhecimento de título pretérito? (SIM) Como era a história dos mais antigos campeonatos do mundo – será que sempre foi com jogos de ida-e-volta em pontos corridos? (NÃO) Como funcionou na Itália? Quem é considerado campeão na Espanha? E na Inglaterra? Em pesquisando, encontrei um pouco de tudo. E a tradicional evidência de que o Brasil segue o ritmo do futebol do velho mundo – com uns 50 anos de atraso.

* Na Itália, o campeonato como conhecemos – a Série A atual em pontos corridos– só tomou forma em 1929. Antes disso, o campeão italiano foi apontado por diversos formatos. Havia campeonatos regionais que geravam torneios eliminatórios – do qual saíam os campeões nacionais. O primeiro campeão italiano, o Genoa, ganhou o titulo num quadrangular em 1898 no qual disputou dois jogos no mesmo dia. O modelo se repetiu no ano seguinte. A Juventus foi campeã em 1905, o primeiro titulo da Vecchia Signora, num mata-mata que gerou um triangular final. E em 1925, depois de faturar o titulo regional em cima do Bologna, disputou a final contra o Alba Roma (ganhou de 7 a 1 e 5 a 0).

* Na Inglaterra desde o início o campeonato teve formato semelhante ao atual – pontos corridos com jogos de ida e volta. O primeiro certame foi disputado em 1888 com 12 times e teve como campeão o Preston North End.

* Na Espanha, o campeonato começou em 1927 e quase sempre teve o mesmo formato de pontos corridos. Mas a guerra civil espanhola em 1936 paralisou a liga – e gerou filhotes como a “Liga Mediterrânea” – disputada por 12 times. Em 2007, depois que a Federação Espanhola reconheceu a “Copa da Espanha Livre”, um torneio de quatro times vencidos pelo Levante em 1937 como equivalente à Copa do Rei, o Barcelona resolveu pedir que a Liga Mediterrânea fosse “unificada”- ou seja, considerada como titulo espanhol.

* Na Holanda, o campeonato nacional começou oficialmente em 1898 – mas só passou a ser disputado como liga em 1956/57 (a Eredivisie) . Antes disso, os vencedores dos campeonatos regionais disputavam o título nacional em torneios curtos (alguns eliminatórios, outros em pequenas ligas) – num formato muitas vezes parecidos com o da Taça Brasil. Em 1899/00, por exemplo, o titulo foi decidido numa final entre os campeões do Leste e do Oeste (o HVV bateu o Victora Wageningen).

* Na Alemanha, até a formação da Bundesliga, em 1963, quando o sistema de pontos corridos foi adotado, o campeão nacional era decidido pelos campeões regionais em torneios eliminatórios. De 1903 a 1933, havia seis ligas. Em 1933, os nazistas impuseram a criação das Gauligen – 16 ligas – que enviavam seus campeões para o mata-mata, sem trocadilho. A segunda guerra mundial paralisou o futebol no pais – e depois cuidou de dividi-lo em dois (oriental e ocidental) até a… reunificação de 1990. Mas de 1945 e 1963 – de alguma forma, o sistema de ligas foi retomado – e o campeão nacional decidido em mata-mata.

Reparem o padrão – por toda parte, o formato de liga em pontos corridos acabou adotado – como no Brasil em 2003. Mas em muitos países – até naturalmente – os torneios nacionais começaram eliminatórios. E nem por isso deixaram de ser reconhecidos. Na Itália, na Alemanha e na Holanda, os títulos pré-pontos corridos são considerdos nacionais. O que eles têm em comum com a Copa Brasil?

Um negocinho importante chamado… critério técnico.

Tecla PAUSE para voltar um pouco no tempo – dez aninhos.

No ano 2000, a FIFA, essa entidade acima do bem e do mal, resolveu promover um campeonato mundial de clubes. Até então, extra-oficialmente, os campeões da America do Sul e da Europa se enfrentavam num torneio que batizavam de “campeonato mundial de clubes” – mas que não era reconhecido oficialmente (não era mundial – era “intercontinental”).

Em 2000, as confederações continentais apontaram oito times para o certame. O Manchester United (campeão europeu 98-99), o South Melbourne (campeão da Oceania, 1999), o Necaxa (campeão das Américas Central e do Norte, 1999), o Real Madrid (campeão intercontinental de 1998), o Raja Casablanca (campeão africano, 1999)… e alguns campeões de 1998 – o Vasco (campeão da Libertadores – o Palmeiras ficaria de mãos abanando ao ganhar 1999); o Al-Nassr (campeão da Supercopa da Ásia de 1998, deixando o campeão continental, o Jubilo Iwata, a ver navios) e… o Corinthians.

Até o Lúcio Mauro quando se olha no espelho e vê o Andrés Sanchez sabe que o Corinthians (e Vasco) foram convidados por razões políticas – pro campeonato dar certo era necessário ter um time carioca e um paulista. O Vasco, que tinha sido vice intercontinental perdendo para o Real Madrid em dezembro de 1998, era a única opção carioca. Mas não dava pra classificar dois campeões seguidos da Libertadores – então… o Corinthians entrou como campeão brasileiro.

A glória de verdade é conquistar a Ximenes como Anônimo da Silveira. Ou seja – ganhar vaga na Libertadores, jogá-la, suá-la, conquistar o título pra depois bater no peito(i.e. contar para os amigos). O Corinthians não tem culpa, mas ganhou seu mundial fantasiado de Zé Maier, perdão, de campeão continental – algo que ele nunca foi. Levou a taça mas não a graça. É o mesmo argumento que transforma em abóbora as pretensões de Palmeiras e Fluminense de transformar a Copa Rio de 1951 e 1952 em Mundial.

(Um amigo corinthiano sempre argumenta, com razão, que em todo campeonato mundial da FIFA… o campeão nacional tem vaga. É verdade – mas não é justo – porque o campeonato mundial não é rotativo – não pula de país em país democraticamente. Ele vai atrás do aroma financeiro. Ou seja – é como se fosse uma vaga comprada em vez de ganha. O Corinthians não tem culpa – aceitou, jogou ganhou mas… como vaga na Libertadores e em Mundial não se acha no supermercado… o asterisco permanece.)

Bom, apertemos novamente o PLAY – retomando… a história do critério técnico.

É por causa dele que a unificação da CBF soa razoável. Só jogava a Taça Brasil quem se classificava como campeão estadual. Se 50 anos depois os times sumiram… isso acontece – lá fora e aqui também – ou o São Caetano não chegou à final da Libertadores outro dia? O HVV tem 10 títulos holandeses – e hoje joga na quinta divisão. A primeira edição da Taça Brasil teve 16 campeões estaduais. Na última, disputada em 1968, foram 23 participantes – com fase de grupos regionais antes do torneio eliminatório.

Ah, sim, cariocas e paulistas entravam nas fases decisivas – e isso era uma senhora vantagem. Mas… o Bahia foi campeão em 1959 jogando desde o início. Não vale? Sem falar que foi assim que o Santos ganhou a Libertadores de 1963 também – e o Independiente embolsou várias vezes a dita cuja nos anos 70 – entrando nas semifinais. Aliás, houve um tempo em que a fase de grupos da Libertadores não existia – era basicamente um torneio eliminatório entre os campeões de cada país.

Em 1960, o Peñarol ganhou o primeiro torneio continental jogando seis partidas – quartas-de-final, semifinal e final – e só. Na Libertadores de 1962, o Santos enfrentou oito times – na primeira fase num grupo de três, depois semifinais e finais. Então, o Santos é campeão continental de 1962… mas não é campeão nacional? A Copa dos Campeões da UEFA só virou Liga eras depois que nasceu. Antes era mata-mata desde o início. E aí? Não vale?

Depois de 1971, o Brasileirao teve mil fórmulas – e mil nomes. Só passou a se chamar Campeonato Brasileiro mesmo em 1989. De 1975 a 1979 e em 1986, aliás, o nome da competição foi… Copa Brasil. Teve Campeonato Nacional de Clubes, Taça de Ouro,Copa João Havelange… e um sem-número de fórmulas exóticas (classificação por renda em 1974, pontos extras para quem ganhasse por mais de três gols em 1978, disputa de penais em caso de empate em 1988…).

Uma coisa não mudou: até 2003 quase todas eram “fases de grupos” com mata-mata a seguir. Era um campeonato muito diferente do atual. A política de então paria monstrengos como o Campeonato de 1979, um draculino com 94 clubes, quatro fases – com cariocas e paulistas só entrando na segunda fase (que tinha 56 equipes!) – e campeão e vice de 1978 (Guarani e Palmeiras) surgindo felizes e rampeiros na terceira etapa. Corinthians, Santos, São Paulo e Portuguesa exigiram entrar na terceira fase e não na segunda. Como a CBD disse não… eles simplesmente desistiram do campeonato.

O campeão Inter teve que passar por Operário-MS, Goytacaz, Caldense, Anapolina e outros antes de cair num grupo difícil no qual despachou Cruzeiro e Atlético-MG (que se se recusou a jogar duas partidas por discordar da tabela, perdendo por W.O.) e Goiás.. Na semifinal, o Colorado derrotou o Palmeiras e na final o Vasco.

Em 1980, o Brasileiro foi disputado por 40 times divididos em quatro grupos de 10. O Flamengo se sagrou campeão derrotando o Atlético-MG – mas para chegar na decisão passou por quatro fases – nas quais enfrentou apenas quatro times da atual Série A: Santos, Internacional, São Paulo e Coritiba. Em 1981, o campeão Grêmio só pegou, da atual primeira divisão, Corinthians, São Paulo e Botafogo.

Em outras palavras, comparar essas competições com o Brasileirão atual – em pontos corridos, 38 rodadas – também é comparar banana com laranja. São bichos diferentes. Sem falar que, de 1981 até o cisma de 1986, os Estaduais foram classificatórios para o Brasileirão. O Palmeiras teve que disputar a Taca de Prata em 1981 (na fórmula de então – ele “subiu” para a Taca de Ouro no mesmo ano)… e o Santos (oitavo lugar no Paulistão) teria que fazer o mesmo em 1983 não tivesse recebido um gentil convite da CBF (e por conta dele… indo até a final).

Se aceitamos todos os torneios de 1971 a 2003 como nacionais – por que não aceitar a Taça Brasil? Será que deveríamos considerar o Cruzeiro o primeiro e real campeão brasileiro?

Em outras palavras – por que tanta grita – e uma reação tão violenta – contra uma decisão até banal?

Primeiro por causa do Flamengo – e do infinito caso de 1987. O rubro-negro carioca encarou como acinte ver títulos remotos reconhecidos enquanto aquele, de Zico, Bebeto e Renato Gaúcho, permanece no limbo. Como era esperado - clube – e seus torcedores, culparam a CBF – sem saber que, no fundo, tudo o que a entidade mais queria era reconhecer TAMBÉM o titulo rubro-negro. Mas Ricardo Teixeira, com duas CPIs a escaldá-lo, preferiu não ignorar uma sentença judicial transitada em julgado.

(A indignação rubro-negra produziu uma nota oficial – que fala em maquinações políticas e diz que a CBF poderia ter reconhecido o titulo – já que aceitou que o Palmeiras conquistasse dois em 1967 (Copa Brasil e Robertao). Longe de querer justificar a CBF – mas o pepino é exatamente esse: Sport e Flamengo disputaram o mesmo campeonato em 1987. Os módulos eram separados mas regulamento era o mesmo – como aconteceu em 1981 e em 2000. E a decisão da justiça diz que o título desse específico campeonato é do Sport. Leia aqui a sentença de 1994 da décima-vara de Pernambuco e aqui o último recurso negado em 1999. Para derrubar essa decisão, a única opção seria uma ação rescisória – e o prazo para impetrá-la venceu em 2001. Por isso, não basta uma canetada para declarar o Flamengo também campeão de 1987).

O outro motivo de pau-na-unificação é singelo. Tudo o que a CBF faz é encarado com desconfiança. Sempre se vislumbra uma segunda ou quarta intenção. Nesse mundo preto-e-branco, a unificação seria uma cortina de fumaça para fazer o pessoal parar de falar da denúncia da BBC de que Ricardo Teixeira recebeu dinheiro da ISL. Mas… logo agora que ninguém mais tocava no tema? Se fosse isso… teria sido burrice – porque teria levantado a história de novo. Outra teoria enxerga como objetivo obtuso da CBF se vingar de quem votou contra ela na eleição do Clube dos 13 – no caso, o Flamengo. Mas… Palmeiras, Fluminense e Bahia votaram contra – e foram beneficiados. Nem sempre há uma terceira e vil intenção – ou uma engenharia oculta e super-esperta. A CBF resolver atender um pleito de diversos clubes e faturar a imagem de Pelé com seis medalhas é algo tão exótico assim?

A grita contra a unificação foi tão generalizada – e unânime – que quase me levou a tuitar algo como #nelsonrodriguesfeelings. Mas, antes disso, me fez pensar duas vezes e buscar entender o que eu não sabia sobre o tema. Feito isso, quem sabe até para impedir a unanimidade rodrigueana – e suas conseqüências – me visto de cordeiro e me ofereço em sacrifício. Remando contra a maré, indo contra muita gente boa como José Ilan, Milton Leite, Emerson Gonçalves, Marcelo Damato, Paulo Vinicius Coelho, Renato Maurício Prado, Mauro Cezar Pereira e outros, me arrisco a dizer: sou a favor da unificação. Não sei qual é a terrível punição por ousar concordar com a CBF em alguma coisa mas… nessa… eu concordo.

Rumo a Coréia, amigos! Unifica, meu amor, unifica…

Gustavo Poli

De Coluna Dois (globoesporte.com)

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